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    A COP27 já começou! O que tem acontecido?

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    A COP27 já começou! O que tem acontecido?

    Todos os anos, a COP é o ponto mais alto da diplomacia no âmbito da temática das alterações climáticas. Está a decorrer no Egipto, de 6 a 18 de Novembro. Espera-se que os países não só discutam como travar as emissões de gases com efeito de estufa, mas que se chegue a soluções que se possam tornar efetivas a curto prazo, com compromissos mais ambiciosos. Mais de 100 líderes mundiais estão presentes em Sharm el-Sheikh.

    A humanidade tem uma escolha: cooperar ou perecer”

    O secretário-geral da ONU, António Guterres, discurso no primeiro dia e pediu um pacto histórico entre países (de baixos rendimentos e de elevados rendimentos) para combinar esforços na redução das emissões de carbono, transformar sistemas energéticos e evitar a catástrofe climática. Guterres destaca os impactes sociais (muitas vezes mortais) das alterações climáticas, assim como a necessidade de as instituições financeiras contribuírem para a mudança de paradigma.

    Uma mensagem de esperança

    Um filme de 10 minutos, produzido pelo país anfitrião e projetado nas telas gigantes de 360°, foi um dos destaques do primeiro dia.

    As presenças e ausências

    O primeiro-ministro português, António Costa, salientou que Portugal conseguiu mitigar muitos dos efeitos da crise energética provocada pela guerra da Ucrânia devido aos fortes investimentos em energias renováveis. “Portugal, que começou a investir em energias renováveis há 15 anos, é um exemplo de como investir na transição garante que estamos mais seguros de uma emergência de combustível”, disse.

    O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou online, referindo as consequências no abastecimento global de energia, preço dos alimentos e destruição de florestas, que resultaram da invasão da Rússia, destacando a paz como essencial para a política climática.

    Os presidentes de diversos países africanos já discursaram, alertando para a necessidade de união e de ação. Recordar que, de forma global, os países africanos, por serem estados de baixos rendimentos, com economias pouco desenvolvidas, são os que menos têm contribuído para as alterações climáticas, sendo, no entanto, dos mais vulneráveis aos efeitos das mesmas.

    Paralelamente, também os Pequenos Estados Insulares são extremamente vulneráveis às alterações climáticas, e Gaston Browne, primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, que discursou em nome da Aliança dos Pequenos Estados Insulares, destacou o tema do financiamento climático, alertando para o facto de não estarem a ser cumpridas promessas de financiamento feitas em anos anteriores, sendo esses essenciais para a luta climática destes países. Browne destacou ainda que “A indústria de petróleo e gás continua a ganhar quase 3 mil milhões de dólares americanos diariamente em lucros. Já é hora de essas empresas pagarem um imposto global de carbono sobre os seus lucros como fonte de financiamento para perdas e danos. Produtores perdulários de combustíveis fósseis se beneficiaram de lucros extorsivos às custas da civilização humana. Enquanto eles estão a lucrar, o planeta continua a arder“.

    China e Rússia, dos países que mais contribuem para as emissões globais de GEE, não marcarão presença no evento. Joe Biden, presidente dos Estados Unidos da América, ainda não discursou.

    Destaque para os memorandos de entendimento

    • Colômbia e Venezuela propuseram a construção de uma aliança entre os países com floresta amazónica, destinada à proteção da mesma, ideia já apoiada pelo Brasil. Recordar que a recente vitória de Lula da Silva nas eleições do Brasil deverá conduzir a uma retoma na proteção ativa deste importante recurso.
    • Israel e Jordânia assinaram um memorando de entendimento para avançar com um acordo de troca de água por energia limpa. A ideia, anunciada pela primeira vez ainda em 2021, é que a Jordânia construa uma capacidade de produção de energia solar de 600 MW e exporte essa energia para Israel. Em troca, o país recebe 200 milhões de metros cúbicos de água dessalinizada, tecnologia que Israel já aplica no seu território.
    • Os Emirados Árabes Unidos e o Egito assinaram um memorando de entendimento tendo em vista o desenvolvimento de um dos maiores projetos eólicos terrestres do mundo, com capacidade total superior a 15 GW.

    Felizmente, nem só de discursos políticos se faz a cimeira do clima!

    • A jovem ativista Leah Numugerwa, de Uganda, afirmou no palco da COP27 que a juventude de hoje “foi obrigada a pensar como adulta para poder lutar pelo futuro”. No seu discurso, deu especial destaque à persistência no uso de combustíveis fosseis, referindo inclusive que “Não é justiça quando os grandes poluidores são intocáveis… Devemos enfrentar a verdade– o mundo está em estado de emergência devido aos combustíveis fósseis”.
    • Organizações que representam mais de 350 milhões de agricultores familiares e pequenos produtores rurais publicaram uma carta aberta aos líderes mundiais que participam da COP27, no Egito, alertando que a segurança alimentar global está em risco se os governos não aumentarem o financiamento de adaptação para a produção em pequena escala.
    • Alaa Abd el-Fattah, ativista egípcio, entrou em greve de fome a 2 de abril e, no dia em que arrancou a cimeira do clima, anunciou que ia agravar o protesto, deixando de beber água. ONU pede liberdade imediata. Para saber mais aqui.
    • De acordo com a Amnistia Internacional, no dia 31 de outubro, no Cairo, pelo menos 118 pessoas foram detidas devido aos apelos para participação em manifestações durante a COP27, mas também pela propagação de pontos de paragem policiais e das buscas telefónicas ilegais de conteúdo crítico. Mais informações aqui.
    • No período antecedente à COP27, as autoridades libertaram 766 prisioneiros, mas detiveram mais do dobro desse número de pessoas: 1 540. Atualmente, pelo menos 151 pessoas detidas estão a ser investigadas pela Procuradoria Suprema de Segurança do Estado, enquanto centenas se viram confrontadas com detenções e interrogatórios mais curtos. Saiba mais aqui.
    • O vencedor do prêmio Nobel da Paz e ex-presidente dos EUA, Al Gore – que já havia subido ao placo no primeiro dia de discursos – falou, novamente, ao lado do CEO da WattTime, Gavin McCormick. Os dois apresentaram a nova plataforma Climate Trace, um inventário das emissões de gases com efeito de estuda altamente detalhado.

    As frases que estão a marcar o evento

    Neste artigo do Público – Azul, conheça as frases que já estão a marcar o evento.