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    A sustentabilidade começa no armário

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    A sustentabilidade começa no armário

    A indústria têxtil aliada à rapidez na introdução de novos estilos e do consumo tem consequências ambientais negativas muito significativas, desde a exploração de recursos, ao consumo de água, à poluição consequente do tingimento e tratamento dos tecidos, à emissão de gases com efeito de estufa no transporte das peças, aos resíduos que resultam da roupa deitada fora.

    Nas últimas semanas abordamos o futuro da moda, sendo inevitável falar do papel dos fabricantes, das marcas e dos designers, bem como dos consumidores, a quem se impõe uma contribuição para a mudança de paradigma por forma a limitar as consequências de um consumo desenfreado dos recursos naturais. É necessário educar as pessoas, mudar a competição de “melhor do mundo” para o “melhor para o mundo”, e, assim, conseguir chegar aos gigantes. É ainda urgente comprar menos e de forma mais consciente, questionar mais e prolongar a o ciclo de vida das roupas.

    Como ser mais sustentável?

    Podemos comprar tudo em segunda mão, por exemplo, mas será isso suficiente se continuarmos a comprar mais do que precisamos? Apesar de a maior parte das pessoas acabar por desistir de tentar “ser mais sustentável” por considerar ser um processo algo trabalhoso, existem algumas práticas simples que podem ajudá-lo a tornar o seu armário mais sustentável:

    1. Enfrente o processo passo a passo e não abruptamente: assim garante hábitos que poderá levar para a vida.

    Em média, diz a ciência, o ser humano precisa entre 21 a 66 dias para criar um novo hábito ou mudar hábitos antigos. Além do tempo de adaptação, necessita também de planeamento, reflexão, força de vontade e disciplina.

    2. Veja o que tem no seu armário. Escolha o que realmente usa e perceba o que pode melhorar.

    Aproveite a mudança de estação para organizar o seu armário e fazer um inventário do mesmo. Evite guardar peças de roupa e/ou sapatos que já não utiliza há muito tempo (se não usou durante tanto tempo, o que o fará utilizar agora?). Guarde apenas a roupa que lhe serve e com a qual se sente bem e, se necessitar repor algumas peças, aposte em básicos, confortáveis, que facilmente poderá conjugar.

    3. Reconheça que tem um impacto na indústria e calcule os recursos necessários para produzir a sua roupa.

    Sabia que só a produção de uma t-shirt de algodão utiliza cerca de 2 700 mil litros de água, quantidade média que um adulto bebe em dois anos e meio? Anualmente, os europeus consomem cerca de 26 kg de produtos têxteis e deitam fora cerca de 11 kg, dos quais 87% não são reciclados, acabando em aterros. Mas, o impacte ambiental desta indústria não se restringe ao descarte de roupa. O cultivo e extração das matérias-primas, a confeção, o transporte e a lavagem da roupa também têm impacto.

    Tendo em conta a distribuição e produção dos produtos, a moda é ainda responsável por 10% das emissões de carbono a nível mundial, o que representa mais do que as emissões geradas por todos os voos internacionais e transporte marítimo em conjunto. A Agência Europeia do Ambiente revela que, só em 2017, a compra de têxteis na UE gerou mais de 650 kg de emissões de CO2, por habitante.

    Calcule a sua pegada ambiental através da Fashion Footprint Calculator.

    4. Dê mais atenção ao processo de lavagem.

    A lavagem de materiais sintéticos é responsável pela libertação anual de 500 mil de toneladas de microfibras nos oceanos e pela libertação de 35% dos microplásticos existentes no meio ambiente. Como tal, é muito importante ter alguns cuidados no momento da lavagem à máquina, entre os quais:

    • Preferir uma máquina de lavar roupa eficiente. Atualmente, os eletrodomésticos apresentam uma etiqueta energética que fornece informação sobre o consumo de energia e água que vai do A (o mais eficiente) até ao G (o menos eficiente).
    • Lavar sempre com a carga máxima, diminuindo o número de vezes em que colocamos a máquina a lavar.
    • Utilizar, sempre que possível, a roupa mais do que uma vez. À exceção da roupa interior, lave a roupa apenas quando está suja. Além de poupar o ambiente está a poupar os tecidos.
    • Evitar a utilizar da máquina de secar. Este tipo de secagem consome bastante energia e, com o clima português, torna-se desnecessária. Prefira sempre estender a roupa.

    5. Compre menos, dando preferência a marcas mais amigas do ambiente.

    Não se deixe levar por tendências, compre apenas o que realmente precisa e o que o faz sentir bem. Esqueça as tendências efémeras, prefira manter no seu guarda-roupa com peças básicas, confortáveis e de qualidade. Caso precise de comprar algumas peças, tenha em conta certificações. Pode conhecer ou relembrar algumas das certificações existentes aqui!

    Comece por procurar uma boa alternativa às grandes marcas de fast fashion. Costuma comprar roupa em segunda mão? Se não o faz, experimente! Os mitos do passado acerca da higienização destas peças há muito que não fazem sentido. Esta é a forma perfeita de aumentar o ciclo de vida das peças de roupa e de adquirir peças originais.

    Ser mais caro não significa ser de qualidade ou mais amigo do ambiente, mas o facto de facilmente encontrarmos marcas com peças a preços notavelmente mais baixos, leva-nos a ignorar a qualidade e práticas de produção das mesmas. Para reconhecer a qualidade, analise:

    • Costuras: se são fortes e com acabamentos cuidados, sem linhas soltas;
    • Tecido: estique gentilmente e ao soltar note se mantém a forma;
    • Espessura: segure o tecido contra a luz e observe, quanto menos transparência mais qualidade.

    6. Recicle e reaproveite ou faça uma doação responsável das roupas que não quer mais, de modo a contrariar a tendência de desperdício.

    A Agência Portuguesa do Ambiente indica que os portugueses deitam 200 mil toneladas de roupa para o lixo todos os anos. Apenas 20% das roupas são recolhidas para reutilização ou reciclagem. Menos de 1% de todos os materiais utilizados no fabrico da roupa, são reciclados para fazer novas peças de roupa.

    Repense no destino para a roupa que já não usa. Não coloque têxteis no lixo indiferenciado e, antes de os descartar, assegure-se de que é efetivamente impossível reutilizar estes materiais. Se o vestuário estiver em bom estado organize-o por tamanhos e entregue numa instituição que aceite este tipo de doações, poderá ainda oferecer a familiares e amigos ou vender em plataformas para o efeito.

    “Recicle” em casa: seja uma t-shirt velha que passa a servir para panos de limpeza, umas calças que podem facilmente virar calções e um vestido pode transformar-se num saco para as compras. Reutilizar é sempre a melhor opção, mas caso a roupa não lhe pareça em perfeito estado, considere procurar sítios que recebam têxteis para reciclagem.

    Optar por uma moda sustentável contribui para a preservação do nosso planeta e garante um futuro melhor para as próximas gerações. Seja um consumidor responsável, inspire-se e pense no bem-estar da comunidade e do planeta.