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    As alterações climáticas e o risco de perda de biodiversidade

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    As alterações climáticas e o risco de perda de biodiversidade

    Nos últimos 75 anos o desenvolvimento económico permitiu o aumento populacional que colocou uma pressão significativa no planeta Terra. Em menos de 100 anos, o Homem aprendeu a explorar diferentes fontes de energia. Esta evidência mostra como o desenvolvimento económico está diretamente relacionado com energia utilizada e convertida em serviços.

    O risco das alterações climáticas

    As emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e os seus efeitos para o aquecimento global têm aumentado de forma consistente desde a era pré-industrial, numa trajetória ascendente que em larga medida se deve à expansão demográfica e ao crescimento económico. À escala global, a produção de energia é a principal fonte de emissões poluentes, seguida da floresta, da agricultura e do uso do solo, da indústria, e dos sectores dos transportes e da construção.

    Os efeitos das alterações do clima são já amplamente conhecidos:

    • A menor produtividade dos ecossistemas e redução da disponibilidade de água e de alimentos;
    • O movimento migratório imposto às comunidades mais vulneráveis;
    • O agravamento da pobreza; e
    • O aumento de tempestades e outros eventos climáticos extremos, a alteração das correntes marinhas e, por consequência, dos padrões climáticos à escala local, o aumento do nível médio das águas do mar e consequências sobre a orla costeira.

    As emissões de GEE têm também um enorme impacte negativo na saúde e no bem-estar das populações humanas. Estima-se que o impacte global da doença e da morte prematura relacionada com a poluição ambiental é já três vezes superior ao da SIDA, tuberculose e malária combinadas (WHO, 2022).

    Os riscos para a biodiversidade

    A biodiversidade refere-se a qualquer nível de variabilidade existente entre seres vivos, incluindo a diversidade genética dentro da mesma espécie, em espécies diferentes e sistemas.

    O aumento das emissões de GEE que se continua a verificar apesar dos compromissos internacionais poderá traduzir-se em impactes muito graves na biodiversidade, desencadeando o colapso dos ecossistemas do ártico, recifes de coral e floresta amazónica. Estas alterações são irreversíveis e podem pôr em causa a capacidade da natureza para continuar a prestar serviços de ecossistema essenciais, tais como a produção de alimento, a disponibilidade de água potável ou a fertilidade dos solos.

    Enquanto as alterações climáticas conduzem a problemas sociais de efeitos globais, a perda de biodiversidade não é, ainda, encarada como um risco para a humanidade. Proteger a biodiversidade é garantir o funcionamento dos ecossistemas, reduzir os riscos de inundações, evitando a destruição das florestas e a sobreutilização dos terrenos agrícolas. Segundo dados da Food and Agriculture Organization (FAO) em 2050, 3,5 mil milhões de pessoas poderão sofrer de insegurança alimentar, 5,4 milhões viverão, já em 2040, em países onde a água será um recurso cada vez mais escasso e mais de mil milhões de pessoas fugirão de países ecologicamente destruídos (FAO, 2022).

    Até ao momento, a crise climática recebe a maior parte da atenção política, mediática, social e económica, e as oportunidades de abordar as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade estão cada vez mais limitados no tempo.

    Na próxima semana continuaremos a falar sobre os principais riscos globais para a biodiversidade.

    Fontes:

    Food and Agriculture Organization [FAO] (2022), https://www.fao.org/home/en/, consultado em março de 2022

    World Health Organization [WHO] (2022), https://www.who.int/, consultado em março de 2022

    Martins-Loução, M. A. (2021). Riscos Globais e Biodiversidade. Ensaios da Fundação Francisco Manuel dos Santos

    Freitas, H. (2021). Alterações climáticas e biodiversidade, disponível em https://www.sulinformacao.pt/2021/04/as-alteracoes-climaticas-e-a-biodiversidade/, consultado a março de 2022