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    Bioplásticos

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    Bioplásticos

    Como já vimos nos dois posts anteriores (Plásticos, microplásticos e nanoplásticos nos oceanos e A nova economia do plástico), o plástico é um material essencial no nosso dia-a-dia e nas mais diversas indústrias. No entanto, o uso de plásticos convencionais, não biodegradáveis, tem vindo a aumentar os níveis de poluição associados não só ao seu consumo excessivo como também à sua produção, trazendo problemas ambientais graves.

    Na necessidade de ultrapassar este problema, surge a produção de Biopolímeros (comummente chamados de Bioplásticos) com o intuito de reduzir a pegada ecológica associada ao consumo de plástico e tratamento de resíduos.

    O que são os Bioplásticos?

    Os Biopolímeros são polímeros produzidos por seres vivos, como alternativa ao plástico convencional proveniente do petróleo. De acordo com a European Bioplastics, os bioplásticos são um grupo muito extenso de materiais caracterizados pelo facto de serem de base biológica (o monómero de base é obtido a partir de plantas, por exemplo) ou biodegradáveis e em alguns casos podem mesmo ter ambas as propriedades.

    Importa esclarecer e definir alguns destes conceitos:

    • De base biológica: Este termo significa que o material ou produto é (parcialmente) obtido a partir de biomassa (plantas), tais como cana-de-açúcar, milho ou celulose.
    • Biodegradável: A biodegradação é a decomposição dos materiais, por ação de micro-organismos (bactérias ou fungos), aeróbica ou anaerobicamente, por forma a que o resíduo resultante do processo se integre na natureza de forma natural e sem qualquer dano para o ecossistema.

    O processo de biodegradação está dependente de fatores como a localização, temperatura e a humidade. Isto significa que, caso o produto seja biodegradável MAS não se encontre nas condições propícias para se degradar, a sua biodegradação vai demorar muito mais tempo.

    É importante perceber que “De base biológica” não é sinónimo de “biodegradável”, isto é, o facto de um bioplástico ter como base um monómero obtido, por exemplo, a partir de etanol proveniente da transformação da cana-de-açúcar, não o torna biodegradável. De facto, um polietileno de base bio é, em tudo, idêntico ao seu equivalente de origem fóssil. Da mesma forma podemos ter bioplásticos de origem fóssil que serão biodegradáveis, isto é, um bioplástico não é necessariamente biodegradável.

    Quais são os tipos de bioplásticos?

    Os bioplásticos podem ser divididos em dois grupos dependendo da fonte de origem e biodegradabilidade (Figura 1):

    • De origem biológica ou parcialmente biológica, mas não biodegradáveis. Dentro deste grupo estão os bioplásticos que é possível processar com matérias-primas de origem biológica, como o bioetanol. Estes materiais são aplicados em objetos duráveis tais como brinquedos, peças automóveis, embalagens para produtos de higiene.
    • Plásticos que são tanto de origem biológica como biodegradáveis. Estes tipos de bioplásticos que vão ser abordados nesta dissertação. Estes materiais são particularmente interessantes porque podem sofrem biodegradação. Os ambientes em que estes bioplásticos se degradam podem ser tão variados como solos, ambientes marinhos, corpo humano e infraestruturas específicas para compostagem.

    Os plásticos que têm origem em recursos fósseis e que são biodegradáveis são materiais que apesar de não serem de origem biológica, são biodegradáveis tal como alguns bioplásticos. São um pequeno grupo de materiais e são pouco comuns no nosso dia-a-dia, algumas das aplicações são saquetas solúveis em água para detergentes ou produtos médicos.

    Vantagens e desvantagens dos bioplásticos

    Na procura de novas soluções materiais e com o objetivo de atingir uma produção e consumo mais sustentáveis os bioplásticos apresentam várias vantagens:

    • Opções mais ecológicas, com vantagens como biodegradabilidade e biocompatibilidade;
    • Possibilidade de uma produção mais sustentável, recorrendo a utilização de resíduos provenientes de várias indústrias para a produção de um polímero com valor acrescentado;
    • Redução da pegada de carbono e das emissões de GEE de materiais e produtos;
    • Redução na utilização de recursos fósseis e oferece o potencial único da neutralidade carbónica.

    Apesar das inúmeras vantagens, os materiais biodegradáveis também apresentam desvantagens que limitam o seu uso generalizado. Reduzir o consumo de plástico de origem fóssil é hoje considerado um imperativo social e ambiental. Contudo, pode existir o risco de o substituir por outros materiais como o plástico biodegradável, compostável ou os bioplásticos, também eles descartáveis. Esta substituição pode ser um erro porque:

    1. Não altera o modelo de produção e consumo, continuando a alimentar o modelo de uma economia linear;
    2. Pode ser um entrave à reciclagem, através da contaminação dos materiais;
    3. Pode dificultar a comunicação com os consumidores e aumentar o sentimento de desresponsabilização, traduzindo-se numa continuação ou aumento do modelo descartável;
    4. Esta substituição contradiz as medidas da Diretiva sobre Plásticos de Uso Único, que é aplicável às soluções descartáveis de origem fóssil e as de origem “bio”.

    Fontes:

    European Bioplastics (2018). What are bioplastics? Material types, terminology, labels – an introduction. Disponível em: https://docs.europeanbioplastics.org/publications/fs/EuBP_FS_What_are_bioplastics.pdf, acedido a julho de 2021

    BIOENG (2020). De resíduos a bioplásticos. NOVA School of Science and Technology

    European Bioplastics. Biobased Plastics. Disponível em: http://www.european-bioplastics.org/bioplastics/materials/biobased/, acedido a julho de 2021

    European Bioplastics. What types of bioplastics do exist and what properties do they have? Disponível em: http://www.europeanbioplastics.org/faq-items/what-types-of-bioplastics-do-exist-and-what-properties-do-they-have/, acedido a julho de 2021

    Costa, J. P. (2018). Bioplásticos compostáveis na Economia Circular. Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Design de Equipamento – Especialização em Design de Produto. Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa

    Gibbens, S. (2018). What you need to know about plant-based plastics. Article by National Geographic in partnership with The National Geographic Society. Disponível em https://www.nationalgeographic.com/environment/article/are-bioplastics-made-from-plants-better-for-environment-ocean-plastic, acedido a julho de 2021

    Interplast (2020). Bioplásticos: definições e normas. Disponível em https://www.interplast.pt/Artigos/312517-Bioplasticos-definicoes-e-normas.html, acedido a julho de 2021

    PCC (s.d.). Bioplásticos – o futuro da indústria de plásticos. Disponível em https://www.products.pcc.eu/pt/blog/bioplasticos-o-futuro-da-industria-de-plasticos/, acedido a julho de 2021