Desperdício zero
O modo de vida de uma elevada percentagem da população é incomportável para o planeta. As economias emergentes, o consumismo desenfreado e a cultura do descartável tem acelerado, em muito, o desperdício de recursos, seja através de alimentos não consumidos, objetos desnecessários ou uso abusivo de recursos naturais. A gestão de resíduos tornou-se uma das questões ambientais da atualidade, sendo um dos símbolos da ineficiência de qualquer sociedade moderna. Atingir o “zero” nunca foi tão urgente, quer seja as “emissões zero”, quer seja o “desperdício zero”.
O conceito de Desperdício Zero (Zero Waste) defende um estilo de vida mais sustentável, responsável e consciente, que se foca na redução dos recursos que utilizamos e, consequentemente, no desperdício que produzimos. Os 5 R’s do Desperdício Zero, disseminados por Bea Johson no “Desperdício Zero: Simplifique a sua vida reduzindo o desperdício em casa” hierarquizam as nossas opções, numa perspetiva de prevenir a produção de resíduos, implementar um consumo consciente e processar corretamente o desperdício.
Recusar
O primeiro passo é recusar aquilo que não necessitamos, isto significa aprender a dizer NÃO aos extras (sejam as faturas em papel, as palhinhas, os brindes, os sacos de plástico…). Devemos identificar o essencial e eliminar o resto.
Reduzir
Haverá sempre coisas que não queremos, ou não conseguimos, recusar. Por isso, em segundo lugar da pirâmide aparece “reduzir”, que significa repensar escolhas, estabelecer prioridades, estar consciente do que já temos e do que desejamos comprar. Para isso, devemos colocar algumas questões: será que podemos reduzir as viagens de carro e optar mais vezes pelos transportes públicos? Podemos alterar a nossa alimentação e reduzir o consumo de proteína animal (carne e peixe)? Podemos consumir menos papel (papel de impressão, rolos de cozinha, papel higiénico)?
Reutilizar
A melhor maneira de reduzir o desperdício é não o criar, pelo que reduzir e reutilizar são as maneiras mais eficientes que existem para salvaguardar os recursos naturais, proteger o ambiente e poupa dinheiro. Quanto maior número de vezes uma coisa for reutilizada, mais tempo levará a entrar no “circuito do lixo”, por isso reutilizar ao máximo aquilo que não é possível recusar ou reduzir é a terceira regra. Assim, devemos optar por coisas versáteis, duráveis e, se possível, facilmente reparáveis, aumentando a vida útil do produto e reduzindo o consumo.
Reciclar
Quando não é possível recusar, reduzir ou reutilizar, os produtos devem, pelo menos, poder ser reciclados. Reciclar é importante, mas a aplicação das três opções indicadas anteriormente resultará, certamente, no menor encaminhamento de resíduos para reciclagem.
Compostagem
Idealmente, apenas teríamos neste ponto os chamados resíduos orgânicos, que correspondem a cerca de 40% do total dos resíduos produzidos. A compostagem é um processo que promove a decomposição da matéria orgânica, transformando-a num produto rico em nutrientes, o “composto”, que poderá ser usado em substituição dos fertilizantes químicos.