
Gestão de resíduos orgânicos
A produção de resíduos está inerentemente associada à atividade humana, pelo que é urgente uma adequada gestão dos seus fluxos e a implementação de um novo paradigma de crescimento, capaz de respeitar os limites do planeta. Como tal, é essencial o fecho do ciclo dos materiais e a transição para uma economia de base circular. Voltaremos à economia circular noutra altura!
Vamos aos factos

- De acordo com o Relatório do Estado do Ambiente de 2019, Portugal Continental produziu, em 2018, cerca de 4,94 milhões de toneladas de resíduos urbanos (+4,2% face a 2017), o que corresponde a uma capitação diária de cerca de 1,38 kg por habitante (1,33 kg em 2017);
- Segundo o Relatório Anual de Resíduos Urbanos (RARU) de 2019, 38,51% dos resíduos urbanos (RU) são biorresíduos;
- No gráfico à direita é possível ver que a maioria dos RU (33,4%) é enviada para aterro;
- Em 2018, a taxa de preparação para reutilização e reciclagem de RU foi de 40% (38% em 2017);
- A deposição de resíduos urbanos biodegradáveis (RUB) em aterro aumentou, em 2018, para 46% (43% em 2017).
Compostagem
A compostagem é uma forma de valorização e reciclagem da matéria orgânica e, portanto, uma das soluções existentes para o desvio de resíduos urbanos biodegradáveis dos aterros sanitários, A compostagem é um processo natural de decomposição da matéria orgânica (restos de preparação de alimentos da cozinha, da horta ou jardim) realizado através de microrganismos que, na presença de oxigénio (processo aeróbio), transformam os biorresíduos numa matéria rica em nutrientes, um “adubo natural” de cor escura, a que se chama “composto”.
Destacam-se como principais vantagens:
- a proteção do ambiente, com a diminuição das emissões de Gases com Efeito de Estufa produzidos pela deposição de biorresíduos em aterro;
- a proteção dos recursos naturais, através da transformação dos biorresíduos em “fertilizantes orgânicos” de elevada qualidade.
A compostagem pode ser realizada de diferentes formas: em pequenas unidades de caráter familiar (compostagem caseira, doméstica ou familiar), em compostores comunitários instalados nos espaços públicos (compostagem comunitária) ou em grandes instalações centralizadas com matéria orgânica recolhida seletivamente (compostagem industrial), mas os processos são semelhantes.
Na próxima semana iremos abordar com mais destaque a compostagem doméstica, como funciona, os tipos de compostagem doméstica, compostores e vantagens de gerirmos os nossos resíduos orgânicos.
Fontes:
APA – Agência Portuguesa do Ambiente. (2020). Relatório Anual de Resíduos Urbanos 2019. Amadora.
APA – Agência Portuguesa do Ambiente (2019). Relatório do Estado do Ambiente 2019. Lisboa
APA & EY (2019). Estudo prévio sobre a implementação da recolha seletiva em Portugal Continental incidindo em especial sobre o fluxo dos biorresíduos. Relatório final.