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    O caminho para um futuro sustentável e inclusivo

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    O caminho para um futuro sustentável e inclusivo

    À medida que a economia mundial emerge da crise da COVID-19, as empresas e governos devem começar a refletir mais profundamente sobre o bem-estar social, que vai para além das questões básicas e imperativas de salvaguarda da vida humana e forma de subsistência. A pandemia da COVID-19 tem tido consequências trágicas, mas os seus impactes não se comparam aos que se prevê que sejam provocados pela perda galopante de recursos naturais e pelas alterações climáticas, assim como pelo desafio social que o mundo enfrenta.

    Como podemos construir um futuro capaz de proporcionar crescimento, sustentabilidade e inclusão?

    Crescimento para todos e duradouro

    Como observável na Figura 1, o crescimento sustentável e inclusivo pode constituir uma combinação dinâmica e que se reforça a si própria, no entanto para atingir esse objetivo será necessário lidar com forças de resistência.

    Figura 1. Crescimento, Sustentabilidade e Inclusão [Fonte: McKinsey & Company, 2021]

    Tendências para acelerar um crescimento sustentável e inclusivo

    A McKinsey & Company (2021) identificou seis tendências que podem acelerar um crescimento inclusivo e sustentável em todo o mundo:

    • Queda dos custos ecológicos

    No que diz respeito à adoção de fontes de energia renováveis, tais como energia eólica, solar e hidroelétrica, já se regista uma grande mudança. Dentro desta tendência, é possível observar uma queda progressiva dos custos o que, consequentemente, pode levar a uma adoção mais generalizada. Contudo, há que notar que os custos das novas tecnologias são mais elevados do que as tecnologias obsoletas e a sua adoção ainda é, por isso, mais baixa em comparação. No entanto, uma vez registadas quedas nos custos, a mudança será certamente acelerada.

    Esta tendência também se observa em veículos elétricos e baterias. Algumas aplicações estão a começar a alcançar a paridade dos custos com os veículos de motores de combustão interna. Esses custos podem cair ainda mais, o que se refletirá na economia e nas tecnologias de transporte, com impactes relevantes para o clima, natureza e população.

    • Descarbonização dos setores difíceis de mitigar

    Na tendência atual, mesmo que cada um dos compromissos climáticos seja cumprido, o mundo pode ficar aquém do objetivo líquido de emissões zero. A McKinsey observa que é especialmente importante resolver esta questão com colaboração entre os setores público e privado, particularmente naqueles em que a redução de emissões é mais difícil, tais como a aviação, transporte marítimo e aço.

    • Valorização do carbono

    As empresas estão continuamente a analisar formas de fazer a transição dos seus negócios através de ajuste de produtos, redução das emissões e a entrada em novas áreas de negócio.

    Um mercado voluntário de créditos de carbono permite que os mesmos compensem as emissões que as entidades não podem eliminar por outros meios. É necessário um maior compromisso por parte das organizações e países para cumprir o objetivo de emissões zero, através da tecnologia, financiamento, novos modelos de negócio, regulação, políticas, entre outros.

    • Novos modelos de financiamento climático

    A chave da transição para uma economia zero emissões reside no lançamento ou extensão das ambições no que respeita aos contributos dos países ou planos nacionais sobre o clima e num maior compromisso das empresas no alcance destes objetivos.

    Uma grande parte do sucesso desta transição pode depender do financiamento climático. Deve existir uma verdadeira articulação da necessidade da indústria financeira (bancos, gestores de ativos, proprietários de ativos e outros stakeholders) para se mobilizar e alinhar nos esforços climáticos.

    • Conservação da natureza

    O aquecimento global e o maior risco de eventos adversos (inundações, ondas de calor), juntamente com os efeitos socioeconómicos consequentes, cada vez mais stakeholders compreendem que as crises climáticas e de biodiversidade estão ligadas e não podem ser resolvidas de forma isolada. Vários estudos demonstram que o aumento da temperatura abaixo dos 1,5 graus não é possível sem um grande investimento na natureza. Da mesma forma, se a crise das alterações climáticas não for resolvida, a biodiversidade – tanto em termos de variedade de espécies como de tamanho populacional – continuará o seu declínio atual.

    De acordo com dados da McKinsey, a economia verde tem um potencial de pelo menos 500 mil milhões de dólares (cerca de 431 mil milhões de euros) em termos de criação de PIB, criação de emprego para 30 milhões, bem como uma melhoria significativa para as comunidades rurais remotas.

    Embora a tecnologia tenha um papel muito importante a desempenhar na descarbonização, grande parte da mesma levará anos a ser dimensionada. As oportunidades baseadas na natureza estão hoje disponíveis à escala, incluindo abordagens bem estabelecidas, tais como proteção ou restauração de florestas, juntamente com soluções mais inovadoras ou emergentes, como a proteção ou restauração de ecossistemas de algas marinhas ou pântanos salgados, gestão de incêndios florestais ou criação de algas marinhas em alto mar.

    • Adaptação climática

    A adaptação climática é extremamente importante. A investigação da McKinsey mostra que os riscos físicos relacionados com o clima continuarão a aumentar, independentemente dos progressos que possam ser feitos na redução das emissões. Estas medidas são particularmente importantes porque o risco físico está diretamente ligado às vida e meios de subsistência, com impacte na habitabilidade, viabilidade, bens físicos, capital natural e muito mais. A adaptação climática é também importante devido ao impacte potencial para as cadeias de abastecimento e clientes, e mais amplamente, para as comunidades.

    Os governos e as empresas, por exemplo, estão a integrar cada vez mais o risco climático na tomada de decisões. Devido aos efeitos colaterais da pandemia provocada pela COVID-19 tornou-se urgente acelerar a mudança de perspetiva no que respeita à redefinição dos sistemas económicos.

    Na próxima semana continuaremos a falar sobre este tema: o que é o crescimento sustentável e inclusivo? Quais os principais desafios nesta matéria?

    Fontes:

    EY (2021). Crescimento inclusivo, URL: https://www.ey.com/pt_pt/inclusive-growth, consultado em maio de 2022.

    Francis, T., Madgavkar, A., Smit, S., (2022). The path to sustainable and inclusive growth, URL: https://www.mckinsey.com/business-functions/strategy-and-corporate-finance/our-insights/the-path-to-sustainable-and-inclusive-growth, consultado em maio de 2022.

    Greensavers (2021). Sete tendências para acelerar um crescimento inclusivo e sustentável em todo o mundo, URL: https://greensavers.sapo.pt/cop26-sete-tendencias-de-sustentabilidade/#, consultado em maio de 2022.

    Mckinsey&Company (2021) Ahead of COP26: Seven sustainability trends to watch—and why they matter, URL: https://www.mckinsey.com/about-us/new-at-mckinsey-blog/ahead-of-cop26-seven-sustainability-trends-most-on-our-minds, consultado em maio de 2022.

    Sternfels, B., Francis, T., Madgavkar, A., Smit, S., (2021). Our future lives and livelihoods: Sustainable and inclusive and growing, URL: https://www.mckinsey.com/featured-insights/sustainable-inclusive-growth/our-future-lives-and-livelihoods-sustainable-and-inclusive-and-growing , consultado em em maio de 2022.