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    Os riscos globais e biodiversidade

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    Os riscos globais e biodiversidade

    Sabia que vários trabalhos científicos e relatórios internacionais alertam que se assiste hoje a uma extinção em massa inédita no planeta? E que grande parte dos riscos globais se deve à sobre-exploração dos recursos naturais provocada pelo aumento da população mundial?

    O que é a Biodiversidade?


    A diversidade biológica ou biodiversidade pode ser definida como a variedade de seres vivos e das suas componentes ecológicas, ou seja, os milhões de plantas, animais e microrganismos, bem como os seus genes e os ecossistemas que integram.

    Estima-se que existam entre dez a 30 milhões de espécies no mundo, conhecendo-se, de facto, um pouco menos de dois milhões.

    Nos últimos 400 anos, as estimativas, que provavelmente pecam por defeito, apontam para a extinção de cerca de 500 animais e 700 plantas, maioritariamente devida à ação humana. Se pensarmos que o tempo de vida médio de uma espécie é de cinco a dez milhões de anos, tal significa que a atual taxa de extinção é 50 a 100 vezes superior à taxa natural.

    Contudo, a diversidade biológica não se refere apenas a uma enumeração das espécies, mas também aos genes que contêm e aos ecossistemas que constroem. Esta última componente engloba as interações dos organismos entre si e com o meio em que se inserem – o ecossistema.

    O risco da perda de diversidade


    A biodiversidade funciona como um tampão das alterações climáticas. Está é uma premissa esquecida e que tem sido amplamente ignorada nas decisões políticas. O ar que respiramos, a água que bebemos, os produtos que comemos… tudo está dependente da biodiversidade.

    De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre a Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES) e a Rede Internacional de Jardins Botânicos (BGCI), nos últimos 40 anos verificou-se o seguinte:

    • 60% da população global de vertebrados;
    • Mais de 40% das espécies de insetos;
    • Perda, por ano, de três espécies de plantas com sementes;
    • Na globalidade um milhão de espécies, encontra-se em risco de extinção.

    Globalmente, as alterações ao uso e exploração dos recursos da terra e do mar e a perda de biodiversidade associada à alteração da paisagem são os principais fatores que levam à perda de espécies. A escala e o ritmo de declínio são a razão pela qual o Relatório de Riscos Globais do Fórum Económico Mundial lista a perda de biodiversidade como um dos cinco principais riscos da próxima década.

    As estratégias de mitigação e adaptação às alterações causadas pelo Homem só podem ser eficazes se existir um conhecimento profundo do modo de funcionamento dos ecossistemas, da sua resistência e resiliência às pressões impostas. Como vimos anteriormente, a perda de biodiversidade é um dos maiores riscos do século XXI e sem esta infraestrutura básica de suporte, os limites de tolerância da biosfera são substancialmente e irreversivelmente afetados.

    O grande desafio do século é saber como minimizar os riscos da perda da biodiversidade, enquanto se melhora e aumenta os sistemas de produção alimentar, numa era em que as alterações climáticas têm vindo a perturbar o equilíbrio ecológico.

    Mitigar o impacte negativo da perda de biodiversidade requer, portanto, uma mudança fundamental no pensamento e nas práticas económicas. As empresas devem desenvolver estratégias que avaliem o valor da natureza inerentes ao seu trabalho e torná-las centrais como tomada de decisão. As indústrias de extração mineira, construção, energia, moda e têxtil, a pesca e a exploração do oceano estão entre as mais responsáveis pela destruição ecológica. Não basta regular a adição de biocidas (fertilizantes, pesticidas, herbicidas, etc.) e da água, é necessário também a certificação de produtos agrícolas e florestais que têm em conta a valorização das medidas de gestão da biodiversidade.

    Serviços do ecossistema

    Os serviços do ecossistema, definidos por Constanza no final do século XX, asseguram os recursos mínimos à sustentabilidade do planeta e da humanidade. Os serviços dos ecossistemas são, assim, os benefícios proporcionados pelos ecossistemas que contribuem para tornar a vida humana possível. Em Ecologia, o termo “serviços” é geralmente utilizado para abranger os benefícios tangíveis e intangíveis que os seres humanos obtêm dos ecossistemas, que por vezes são separados em “bens” e “serviços”.

    Na próxima semana continuaremos a falar dos serviços dos ecossistemas, do que incluem e da sua importância!

    Fontes:

    Costanza, R., C. Cleveland, and C. Perrings (eds.). 1997.  The Development of Ecological Economics. Edward Elgar.

    Martins-Loução, M. A. (2021). Riscos Globais e Biodiversidade. Ensaios da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

    World Economic Forum (2022). Relatório de Riscos Globais do Fórum Económico Mundial – edição 2022, disponível em https://www.weforum.org/, consultado a março de 2022.