Por onde começar? Exemplos de boas práticas.

Por onde começar? Exemplos de boas práticas.

Felizmente, muitos são os hotéis que têm contribuído para a sustentabilidade do sector do turismo, com a implementação de diversas medidas. Hoje trazemos alguns exemplos de ações simples para a promoção da sustentabilidade em unidades de alojamento:

• Reduzir o consumo de água. Instalar redutores de caudal nas torneiras é uma medida já amplamente implementada, cumulativamente com incentivar os hóspedes a consumir água e utilizar toalhas de forma responsável. Mas há outras medidas que podem ser implementadas, como a recolha de água da chuva! Se o hotel é uma construção nova, considere a utilização de instalações sanitárias que permitam a recuperação de água utilizada no banho e lavagem das mãos para utilização no autoclismo.
• Reduzir a utilização de materiais descartáveis. Para além da separação dos resíduos, que deve ser promovida em todas as áreas da unidade, é importante reduzir a utilização de produtos de uso único. Eliminar a utilização de garrafas e sacos de plástico é um começo.
• Economizar energia. Recorrer a lâmpadas de menor consumo, produzir energia com recurso a fontes renováveis ou até substituir o minibar dos quartos por comodidades em áreas comuns… economizar energia conduz a uma redução de custos.
• Integrar a sustentabilidade na arquitetura do hotel. Ao construir novas unidades, é possível contemplar logo na fase de projeto e construção medidas de sustentabilidade, quer recorrendo a orientações dos vários referenciais existentes dentro da temática (LiderA, BREEAM, SBTool, LEEDTM, entre outros), quer seguindo a abordagem simples dos “três zeros”: utilizar materiais de construção e mão de obra locais (zero quilómetros), priorizar a gestão da energia e a redução das emissões (zero dióxido de carbono) e introduzir a gestão do ciclo de vida no processo de construção (zero desperdício).
• Promover a mobilidade sustentável: instalar postos de carregamentos de veículos elétricos, disponibilizar horários de transportes públicos e o aluguer de bicicletas.
• Reduzir o desperdício alimentar. De acordo com a FAO, cerca de 1/3 de todos os alimentos produzidos anualmente a nível mundial são desperdiçados, contribuindo em larga escala para o aumento das emissões de Gases de Efeito de Estufa. Assim, evitar o desperdício alimentar é uma medida de sustentabilidade ambiental, social e económica muito relevante. Comprar de forma responsável, armazenar de forma correta, dosear as quantidades, promover o consumo de forma consciente e alterar normas sociais são algumas das medidas a implementar neste âmbito.
• Promover uma alimentação mais sustentável. Inclua na ementa opções vegetarianas e vegan. Segundo a definição da FAO (2015), uma dieta sustentável tem baixo impacte ambiental e contribui para a segurança alimentar e nutricional da população, assim como para o seu estado de saúde, tanto no presente como no futuro. As dietas sustentáveis protegem e respeitam a biodiversidade e o ecossistema, ao mesmo tempo que contribuem para otimizar os recursos naturais e humanos. Para além disso, uma dieta sustentável é culturalmente aceite, nutricionalmente adequada, acessível pela população, segura e economicamente justa. Refeições que incluam produtos de origem vegetal têm uma redução expressiva sobre a pegada de carbono, hídrica e ecológica. Contrariamente, refeições apenas à base de alimentos de origem animal têm maior impacte negativo sobre os indicadores ambientais referidos.
• Por fim: comunicar, comunicar, comunicar! Promover a sustentabilidade é mais do que implementar ações isoladas. Exige compromisso e colaboração de todas as partes interessadas. A comunicação, quer interna, quer externa, assume uma importância significativa. Por um lado, promover o envolvimento de todos os colaboradores conduzirá a uma implementação mais eficaz das medidas e, por outro lado, a sensibilização dos hóspedes, através de uma comunicação inteligente e eficaz, é um incentivo à sua colaboração não só durante a sua estadia, mas também para levarem as boas práticas para o seu dia-a-dia. Acresce ainda que as boas práticas devem ser partilhadas, promovendo sinergias entre partes interessadas e levando a que outras unidades de alojamento também as implementem!