A solução da compostagem doméstica
A compostagem doméstica, caseira ou familiar tem vindo a ganhar cada vez mais seguidores, não só por ser um processo simples, natural e ecológico que permite o tratamento no local e valorização dos biorresíduos, mas também por ser bastante económico e oferecer um “adubo natural” de elevada qualidade para jardins e hortas.
Compostagem doméstica, caseira ou familiar: como funciona?
Falamos de compostagem doméstica, caseira ou familiar, quando o processo de compostagem é realizado pelo cidadão em casa, na escola ou no trabalho. Se existir um espaço livre, jardim ou horta, pode-se implementar a compostagem tradicional. Para quem não dispõe de espaço útil suficiente, pode optar pela vermicompostagem. Para tal, basta comprar ou construir um compostor/vermicompostor, juntar os restos de preparação de alimentos, as aparas de relva, folhas secas e colocar no compostor ou vermicompostor.
Apesar de o processo de compostagem ser bastante simples, este requer alguns cuidados e é importante perceber como criar as condições ideais de localização para realizar a compostagem e de disponibilidade de materiais para que o processo decorra de forma a produzir-se um “composto” de qualidade.
Compostagem tradicional vs. Vermicompostagem
Existem vários processos de compostagem, sendo os mais comuns a compostagem tradicional e a vermicompostagem. A escolha do tipo de compostagem doméstica certa depende essencialmente do espaço disponível e da quantidade de resíduos gerados.
Compostagem tradicional
Podemos optar por este processo quando a falta de espaço, não é um problema.
Temos de ter em conta vários fatores, tais como: a escolha de um local de fácil acesso, com sombra e sol (se possível de baixo de uma árvore de folha caduca), em contacto com o solo e protegido do vento, e ainda a adição de camadas alternadas de verdes e castanhos, sendo a última camada sempre de castanhos.
Existem várias opções de compostores comerciais que pode comprar, em alternativa, pode reaproveitar materiais (paletes de madeira, rede, tijolos, entre outros) e construir um compostor. As dimensões ideais são 1mx1mx1m.
Para além destas duas opções, ainda pode optar por fazer uma pilha de compostagem que não requer a utilização de materiais e não precisa de limitação de espaço.
Vermicompostagem
Esta é uma forma prática de acelerar o processo natural de compostagem que consiste na utilização de minhocas específicas, mais comummente, as minhocas vermelhas da califórnia (Eisenia fetida) na decomposição dos resíduos orgânicos.
Este processo é ideal para fazer compostagem dentro de casa visto que o sistema produz um adubo natural de excelente qualidade (composto sólido e composto líquido), e quando corretamente manuseado, não produz cheiros nem atrai animais indesejáveis.
O que compostar?
Os resíduos que podem ser compostados são, normalmente, designados em “verdes” e “castanhos” consoante o teor de humidade e a proporção de nutrientes. Para que a compostagem decorra da melhor forma, convém ter a maior diversidade de resíduos possível numa proporção igual de “castanhos” e “verdes”.
Na figura seguinte é possível observar os resíduos orgânicos “verdes” e “castanhos” que podem entrar no processo de compostagem.
Os restos de carne, ossos, alimentos processados, massas e citrinos são resíduos que podem entrar no processo de compostagem tradicional, mas que não entram na vermicompostagem.
O sucesso da compostagem doméstica depende inteiramente do cidadão e dos cuidados que devem ser tomados neste processo. Há bastante informação disponível e gratuita em manuais de boas práticas, guias de compostagem e sites de internet em que é possível pesquisar mais e embarcar nesta aventura da compostagem.
Fontes:
Manual de vermicompostagem da LIPOR
Manual de compostagem doméstica da Cascais Ambiente
Guia prático da compostagem da Valorsul
Guia prático de compostagem da Câmara Municipal Lisboa