31 dicas para reduzir o plástico
Julho terminou e com ele também a iniciativa Plastic Free July, mas o movimento plastic-free deve continuar.
A iniciativa Plastic Free July, criada pela Plastic Free Foundation, é uma campanha internacional que mobiliza pessoas em todo o mundo para assumir o desafio e o compromisso de reduzir o consumo de descartáveis ao longo do mês de julho.
Então e agora? Logicamente, não deve ser apenas em julho e apenas sobre o plástico. A iniciativa é, sobretudo, sobre criar hábitos, colocar de lado a conveniência e fazer escolhas mais conscientes. Assim, reunimos 31 ideias que podem ajudar a colocar em prática os hábitos de REPENSAR, RECUSAR, REDUZIR e REUTILIZAR.
1. Utilizar sacos reutilizáveis: Este pequeno gesto é capaz de reduzir drasticamente o consumo de plástico. Reutilize quantas vezes quanto possível o saco. A melhor alternativa será mesmo um saco de pano (pela resistência, leveza do material e facilidade em transportar). Se não tiver, opte por reutilizar os sacos de plástico que já estão em casa.
2. Evitar comprar água engarrafada: Na maior parte do país, a água da torneira é perfeitamente potável, e até mais saudável e menos sujeita a contaminações. Este pequeno gesto não só irá reduzir drasticamente o uso de plástico anual, como irá poupar imenso dinheiro no fim do mês. O mesmo é válido na rua: se tem sede, peça um copo com água. É gratuito!
3. Utilize garrafas reutilizáveis: Se bebe muita água ao longo do dia, ande sempre com uma garrafa reutilizável. Já existem modelos muito variados e para todos os gostos: de plástico, vidro, aço inoxidável, térmicas, etc. Qualquer garrafa que tenha em casa serve para iniciar este hábito, como por exemplo os frascos de polpa de tomate.
4. Canecas e chávenas de café reutilizáveis: Tenha a sua própria chávena. Se costuma parar numa cafetaria a caminho do trabalho para comprar café ou até quando anda de avião, peça para encherem o seu próprio copo. Sabia que, só em Portugal, se utilizam anualmente cerca de 259 milhões de copos de café descartáveis?
5. Cápsulas de café reutilizáveis: Ainda na esfera do café, produto que, só por si, representa um enorme impacte ambiental negativo, sobretudo na sua produção, pode optar por fazer o café numa máquina elétrica com filtro lavável, numa cafeteira tipo italiana ou, então, caso tenha uma máquina de cápsulas… opte pelas reutilizáveis.
6. Marmitas: Levar a nossa comida significa ter maior controlo sobre aquilo que comemos, mas também menos comida embalada ao longo do dia. Mais uma vez, não precisa de ter uma lancheira de inox, pode reutilizar frascos de vidro para saladas, recipientes de vidro e de plástico que já tenha… Antes de comprar, analise o que poderá reaproveitar!
7. Talheres e guardanapos de pano: Costuma encomendar comida em regime de take away? Isso significa que, na maioria das vezes, irão acrescentar talheres descartáveis ao seu pedido. Peça ao restaurante para não colocar talheres e guardanapos.Caso esteja no trabalho, opte por uma solução mais sustentável e leve os seus talheres e guardanapo de casa.
8. Diga não às palhinhas: Se refletirmos um pouco sobre isto, este é um hábito adquirido absolutamente dispensável para a maioria das pessoas. Só em Portugal são utilizadas anualmente, em média, mil milhões de palhinhas. Se considerar mesmo necessário, opte pelas reutilizáveis, que já existem em vários materiais.
9. Comprar a granel: Sabemos que não está ao alcance de todos em termos geográficos, mas se puder, escolha comprar a granel. As vantagens são variadas: comprará mais facilmente apenas as quantidades que necessita, evitando o desperdício alimentar; evitará a compra das embalagens associadas ao produto; e, muitas vezes, fará até uma compra mais económica.
10. Produtos de beleza e os microplásticos: A indústria da cosmética é responsável por toneladas de resíduos plásticos para o packaging e é frequente a inclusão de microplásticos em esfoliantes, cremes, protetores solares, entre outros. Cada vez mais surgem alternativas mais sustentáveis, já amplamente disponíveis quer em lojas online, quer em lojas físicas.
11. Discos desmaquilhantes: Costuma utilizar discos descartáveis? Substitua-os pelos reutilizáveis. Existem várias lojas que os disponibilizam, mas também pode fazer os seus: reutilizando toalhas de banho ou qualquer peça 100% algodão ou, até, em crochet.
12. Shampoo, amaciador e gel de banho sólidos: A oferta de produtos sólidos cobre quase todas as áreas das versões líquidas: shampoo, condicionadores, hidratantes, perfume, desodorizantes, entre outros. Na maioria dos casos isto significa pouca ou nenhuma embalagem, com todas as vantagens ambientais que lhe estão associadas a esta opção. Atualmente, mesmo nas grandes superfícies comerciais é já possível encontrar alternativas mais sustentáveis.
13. Higiene dentária: As opções ao convencional são imensas! Existem as escovas de dentes de bambu, as escovas elétricas ou as que sendo de plástico, permitem a substituição apenas das cerdas. Também relativamente à pasta dentífrica é possível fazer opções mais sustentáveis: que não contenha microplásticos, que abdique do duplo embalamento, que seja em barra, que seja em pastilhas… é só escolher o que melhor se adequa às suas necessidades! Existem também opções mais ecológicas de fio dentário.
12. Lâmina de metal: Substituir as lâminas descartáveis por uma de metal traduz-se numa poupança para a carteira e para o planeta. Existem várias opções online ou à venda nas drogarias tradicionais.
13. Copo menstrual e pensos reutilizáveis: Uma mulher ao longo da vida gasta cerca de 11 000 pensos e tampões por isso, optar por alternativas reutilizáveis representa uma poupança significativa ao nível económico e dos recursos. O copo menstrual além de ser uma alternativa ecológica tem uma validade que ronda os dez anos, o que significa uma enorme poupança monetária e de recursos.
14. Cotonetes de papel ou limpador de ouvidos: A utilização de cotonetes é controversa e ouvimos muitas vezes dizer que a mesma não é necessária. No entanto, se não consegue viver sem elas, pode substituir os tradicionais cotonetes com cabo de plástico e escolher cotonetes de papel. Importa lembrar, no entanto, que a solução não passa por substituir indiscriminadamente o plástico de uso único por papel (a transformação do papel requer muita energia), por isso, existem opções menos impactantes, como as alternativas em bambu e os limpadores de ouvidos reutilizáveis.
15. Escovas da loiça e detergente da loiça: As esponjas tradicionais não são recicláveis. Felizmente, existem opções mais ecológicas como por exemplo, a lufa vegetal ou as escovas de madeira com fibras de agave (biodegradável!). Naturalmente, também já existem opções de detergentes da loiça sólidos ou que podem ser adquiridos a granel.
17. Produtos de limpeza: Os produtos de limpeza são outra das maiores fontes de plástico em nossas casas. Pode optar por utilizar vinagre branco, bicarbonato de sódio, óleos essenciais, sabão de castela e água. Há muitas receitas simples e dicas disponíveis online. Além de uma opção eficaz, pode também ser mais barata. Caso não queira “fabricar” os seus próprios produtos, existem alternativas com versão refill ou produtos concentrados, em formatos “eco recarga”.
18. Dizer adeus à película aderente e ao papel de alumínio: Tal como a maioria dos plásticos de uso único, a película aderente não é reciclável. Como alternativa, pode utilizar invólucros reutilizáveis para cobrir recipientes, embrulhar alimentos ou levar snacks na mala. No caso do papel de alumínio, já existem tapetes de silicone que o substituem na perfeição.
19. Comida congelada: Para podermos reduzir o “lixo” é essencial perceber de onde é que ele vem. A alimentação pode ser, em muitas casas, a maior fonte de plástico. Parte do problema pode ser resolvido com as compras a granel e frescos. O congelador é um ótimo aliado na preservação dos alimentos, mas a compra de produtos já congelados está associada a um impacte negativo muito significativo, com grandes gastos de energia, por isso, se lhe for possível, opte por comprar fresco e congele apenas em casa.
20. Leve as suas próprias embalagens para take away ou supermercado: Por vezes, comprar comida fora pode ser muito prático. Nessas situações, opte por levar as suas próprias embalagens e assim poupar em embalagens descartáveis. Pode fazer o mesmo no supermercado se consumir, por exemplo, produtos da charcutaria. Cada vez mais, esta é uma prática aceite em grandes superfícies.
21.Lavar a roupa: Um dos investimentos que pode fazer é comprar um saco para lavagem da roupa que evita que os microplásticos acabem no oceano. Basta colocar as roupas sintéticas dentro do saco e depois colocar o saco na máquina, em conjunto com outras roupas não sintéticas. As microfibras irão ficar “coladas” na parte superior do saco. Outra sugestão é optar por ciclos de lavagem mais curtos e com menor ação mecânica (um programa de torcer mais reduzido, por exemplo).
22. Detergentes da roupa: A juntar à prática anterior, pode também utilizar vinagre branco como amaciador para a roupa e bicarbonato de sódio para ajudar a remover nódoas. Com uma barra de sabão vegetal (como o de castela, marselha ou aleppo) podes fazer 2,5L de sabão líquido. Existem também opções de compra mais sustentáveis, como detergentes feitos a partir de óleo alimentar reciclado.
22. Roupa em segunda mão: Tal como dissemos no início, é importante REPENSAR, RECUSAR e REDUZIR. Reduzir o consumo e quando não o conseguimos fazer, podemos considerar comprar em segunda mão. Comprar em segunda mão significa diminuir a procura e a produção. Significa também dar uso a peças que já existem, aproveitando ao máximo os recursos que as mesmas exigiram para serem produzidas.
27. Uma nova vida para roupas “velhas”: É natural que tenha roupa no armário que já não usa porque está larga ou apertada ou simplesmente já não se identifica com a peça. Ao invés de deitar fora, opte por doar ou modificá-la para poder voltar a usar.
26. Arranjar sapatos: São muitos os motivos que o podem levar a querer deitar calçado no lixo. Mas, antes de o fazer, passe pelo sapateiro e confirme se não há solução para dar uma nova vida àquele artigo.
23. Trocar as fraldas descartáveis por fraldas reutilizáveis: Para a maior parte das pessoas, esta ainda é uma dica impensável de colocar em prática. Mas a verdade é que existem atualmente várias marcas de fraldas reutilizáveis que tornam o seu uso muito simples (e higiénico), já para não falar de sustentável. Sabia que uma única fralda descartável leva de 400 a 500 anos para se decompor? Compre em segunda mão e garanta que, depois de serem usadas pelo seu filho, outros bebés também as vão usar.
24. Brinquedos dos mais pequenos: Se vai comprar brinquedos, opte pelos de madeira, por materiais como bambu e os chocalho de crochet. Se já tem brinquedos de plástico ou vai comprar um que o seu filho(a) deseja, prolongue-lhes a vida, doando-os a outras crianças quando a sua já não os usar.
25. Brinquedos dos animais de estimação: Lã, madeira, couro, casca de coco, bambu, papelão e penas são apenas alguns os materiais de brinquedos de animais que se revelam como uma alternativa válida aos artigos feitos de plástico. Uma simples cenoura pode ser um belo snack e um ótimo brinquedo.
28. Balões e decorações de festas: Com um pouco de imaginação e criatividade pode planear uma festa sem balões, confetis e outros produtos de plástico de uso único. Diminua o consumo de descartáveis nestas situações e opte por materiais reutilizáveis.
29. Repensar a árvore de Natal: A maioria das árvores artificiais é feita de PVC… Se quiser mesmo uma, procure em segunda mão ou garanta que a sua vai durar muitos anos! Também podeoptar por uma árvore natural, cultivada de forma sustentável… Mas o melhor mesmo será optar por soluções “fora da caixa”, como fazer a sua própria árvore de Natal com materiais que tem em casa. Faça com papel, madeira, vidro, caixas ou fotografias. A Internet está cheia de muitas e boas sugestões.
30. Diga não às pastilhas elásticas: Sabia que a maior parte das pastilhas elásticas contêm plástico? Ou seja, não só fazem mal aos seus dentes, como ao meio ambiente.
31. Poder de escolha: Esta é sem dúvida a dica mais importante. Muitas vezes subestimamos o nosso poder de escolha. Num ato tão banal como pedir um gelado em cone comestível ou em copo, comprar frutas e vegetais com invólucro plástico, utilizar palhinhas e sacos de gramagem fina, etc.
Ter consciência é o passo mais importante para a mudança. É urgente repensar a conveniência e substituir o automatismo do dia-a-dia pela mudança e pensamento ativo. REPENSAR E RECUSAR o que não precisamos é, sem dúvida, a medida com maior impacto.