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    Davos 2023: Cooperação num mundo fragmentado

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    Davos 2023: Cooperação num mundo fragmentado

    O Fórum Económico Mundial começou esta segunda-feira, 16 de janeiro, a sua reunião de 2023, que decorre até ao próximo dia 20. O título da reunião deste ano é “Cooperação num mundo fragmentado”, adequado para procurar soluções para a atual crise económica, energética e de alimentos, segundo a organização.

    No artigo do blog desta semana preparamos um conjunto de Perguntas e Respostas sobre a reunião anual do Fórum Económico Mundial.

     

    O que é Davos?

    Davos é apenas e só uma pequena localidade nas montanhas da Suíça, que acolhe anualmente uma série de eventos e turistas para ski ou montanhismo. Um dos maiores eventos é a reunião anual de ortopedia da AO Foundation, responsável por desenvolvimentos inovadores em ortopedia nas últimas décadas. Outro é a reunião anual do Fórum Económico Mundial, em inglês World Economic Forum (WEF), uma reunião que agrega líderes políticos, económicos, académicos e sociais, ao contrário da maioria das cimeiras que segregam os vários agentes da sociedade.

     

    O que é o Fórum Económico Mundial?

    Com sede em Genebra, na Suíça, o WEF é uma organização internacional sem fins lucrativos, focada na promoção da cooperação entre o setor público e privado. Fundado em 1971 pelo economista suíço-alemão Klaus Schwab, o WEF procura promover um espírito de empreendedorismo e de colaboração para abordar questões globais e moldar as agendas governamentais, industriais e sociais.

    O WEF realiza parcerias com muitas organizações e instituições internacionais para executar projetos que abordam questões globais. As colaborações deste ano focam-se no caminho net-zero, na resiliência, na globalização e apoio à diversidade, a igualdade e a inclusão.

     

    O que está na agenda para 2023?

    Quase um ano após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o conflito e os seus efeitos nas políticas mundiais de energia e de defesa vão ocupar boa parte dos debates em Davos. De seguida, listamos os principais temas na agenda de Davos 2023:

    Resiliência, construir para amanhã. Os eventos dos últimos anos – pandemia de COVID-19, guerra na Ucrânia, crise de refugiados, alterações climáticas e catástrofes naturais – demonstraram a importância da “resiliência”. Davos pretende reunir representantes governamentais, setor empresarial e organizações internacionais e, assim, construir a resiliência da economia global.

    Acelerar a Sustentabilidade. À medida que a meta net-zero se torna cada vez mais urgente, o WEF procura equilibrar a transição energética e a resiliência energética para um futuro net-zero. As economias sustentáveis do futuro permanecem no centro da agenda de Davos.

    Reimaginar a globalização: diversificação em vez de dissociação. O mundo continua a adaptar-se ao “novo normal”, após a pandemia, com o aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China e a contínua devastação causada pela invasão russa na Ucrânia. Este ano, em Davos, o WEF pretende entender as mudanças nas conexões globais e o que elas significam para o futuro para o nosso mundo globalizado.

    Inlcusão: fazer da inclusão um diferencial competitivo. Segundo a McKinsey (2023), no ritmo atual de progresso, serão necessários 151 anos para acabar com as lacunas económicas de género, 29 anos para se alcançar a paridade de género em cargos executivos e 24 anos para alcançar a diversidade étnica.

    A economia do Espaço. A nova era do espaço está aqui, é um facto! À medida que mais governos e empresas começam a operar além da atmosfera da Terra, as colaborações entre as organizações do setor público e privado visam manter o Espaço como uma área colaborativa, num momento crescente na tensão geopolítica.

    O programa dia-a-dia pode ser consultado aqui, assim como as sessões transmitidas online.

     

    Quem estará presente em Davos 2023?

    A organização indica que é esperada uma assistência recorde, com cerca de 2 700 representantes de 130 países e 52 chefes de Estado e de Governo, incluindo o chanceler alemão, Olaf Scholz, os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, das Filipinas, Ferdinand Marcos, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A China, através do vice-primeiro-ministro Liu He, assistirá à reunião.

    Como anteriormente referido, o conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia ocupará uma parte significativa dos debates, mas os russos estarão ausentes pelo segundo ano consecutivo. É esperada a presença de uma delegação ucraniana e o Presidente Volodymyr Zelensky tem prevista uma intervenção à distância.

    Dos 2 700 representantes, há nove portugueses. Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, e os líderes da EDP, da Jerónimo Martins e da Sonae estarão presentes no evento. No entanto, no início da semana o governo português continuava ausente da lista de inscrições. Outra presença portuguesa é António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que integra o quadro principal.

    Além da ONU, o FMI com as duas dirigentes máximas Gita Gopinatha e Kristalina Georgieva, a Organização Mundial do Comércio com a diretora-geral Ngozi Okonjo-Iweala, a Organização Mundial da Saúde com o diretor-geral Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, a NATO com o secretário-geral Jens Stoltenberg, Christine Lagarde do Banco Central Europeu, o secretário-geral Angel Gurría da OCDE, a Agência Internacional de Energia com o diretor-executivo Fatih Birol, a Cruz Vermelha através da presidente do comité internacional Mirjana Spoljaric Egger, a UNICEF representada pela diretora-executiva Catherine Russell e o World Wide Fund for Nature (WWF) estão entre as organizações internacionais que se fazem representar ao mais alto nível.

     

    Que impacto tem Davos? Resumo do primeiro e segundo dia

    O WEF afirma-se como um novo tipo de instituição, com adaptabilidade, empreendedorismo e confiança necessária por parte dos stakeholders para ser uma plataforma com poder para criar mudanças efetivas.

    Até ao momento, nesta 53ª edição da reunião anual do WEF, destaca-se:

    Antes do início da reunião

    • Ativistas climáticos, vários manifestantes e até mesmo milionários, cerca de 200, protestaram no domingo, 15 de janeiro, em Davos para pedir mais impostos sobre a riqueza. O objetivo é obter maior justiça social para os mais pobres.

    No primeiro dia

    • A arte e cultura lideraram o primeiro dia.
    • O Fórum Económico Mundial divulgou o mais recente Chief Economists Outlook, bem como relatórios sobre eletricidade, fluxos de dados transfronteiriços, alimentos, Inteligência Artificial e resiliência.
    • Ficaram também a ser conhecidos os vencedores do Crystal Awards deste ano. Estes prémios reconhecem o trabalho na promoção da conservação do ambiente, segurança alimentar, alterações climáticas, saúde mental e educação. Conheça aqui os vencedores deste ano.
    • O Open Forum é um formato que permite a participação de um público mais vasto em Davos. Reúne várias vozes relevantes em diversas áreas, mas também permite o contributo da sociedade civil. Open Forum: In Harmony with Nature foi o primeiro.
    • As alterações climáticas estão a aumentar as infeções por malária, afirmou na segunda-feira, 16 de janeiro, Peter Sands. O diretor-executivo do Fundo Global de luta contra a sida, tuberculose e malária, adiantou que múltiplos surtos de infeções de malária seguiram-se às recentes inundações no Paquistão e ciclones em Moçambique em 2021.

    No segundo dia

    • Energia, custo de vida e crise climática, comércio e crescimento, e metaverso estiveram no topo da agenda. O impacto da guerra na Ucrânia foi um traço comum.
    • Vários líderes mundiais falaram durante a manhã: Olena Zelenska, primeira-dama da Ucrânia; Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia; e Liu He, vice-primeiro-ministro da China.
    • Durante a tarde, foi a vez de Sanna Marin, primeira-ministra da Finlândia, e Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha.
    • Mário Centeno afirmou que “a economia tem surpreendido [pela positiva] trimestre após trimestre”. O governador do Banco de Portugal salientou que é provável que o 4º trimestre tenha sido de crescimento positivo e “talvez também sejamos surpreendidos na primeira metade do ano”, admitiu.
    • O WEF, em parceria com a Accenture e a Microsoft, lançou a Global Collaboration Village. 80 organizações juntaram-se e serão responsáveis por desenvolver um metaverso orientado por propósitos, reunindo pessoas para aprender, criar soluções e tomar decisões sobre os desafios do mundo atual.

     

    Atendendo à situação geopolítica e económica mundial, Davos 2023 propõe um debate sobre os caminhos políticos a seguir e os pontos de vulnerabilidade a abordar, no próximo ano, tendo em conta o impacto da guerra em vários aspetos da vida de todos nós. O que mais esperar de Davos 2023?

     

    Fontes:

    McKinsey & Company (2023). Why Davos matters more than ever, by Tracy Francis and Daniel Pacthod (January 12, 2023). URL: https://www.mckinsey.com/featured-insights/world-economic-forum/why-davos-matters-more-than-ever#/

    McKinsey & Company (2023). What is Davos? (January 9, 2023). URL: https://www.mckinsey.com/featured-insights/mckinsey-explainers/what-is-davos?stcr=A85968CB5A29473AB5EEB6F2EF72F385&cid=other-eml-alt-mip-mck&hlkid=968314372f3e420888420835fd0f65ba&hctky=12030445&hdpid=e15e6a4c-452e-47f6-80f4-d2aa4fed4610